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sábado, 23 de abril de 2011

Fernando Alvim se destacou por sua versatilidade


Após a segunda eliminação seguida para o Paulistano nos playoffs quartas de final do Campeonato Paulista de Basquete da Série A-1, a diretoria da Winner/Limeira dispensou o ala Fernando Alvim. O ala foi um dos jogadores mais versáteis que passaram pela equipe desde 2001, ano de sua fundação.

Perfeito em quase todos os critérios da modalidade, Alvim quase chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, que disputou os campeonatos Sul-Americano na Venezuela e Mundial no Japão. Em sua posição, o técnico Aluísio Ferreira, o "Lula", optou pelos experientes Marcelinho Machado, Guilherme, Thiago Splitter e Alex.

Alvim não se abateu e continuou lutando por seu espaço. Seus números pela Winner/Limeira impressionam. Foram 2.359 pontos em 172 jogos, média de 13,7 por jogo.



Fernando Martins Alvim nasceu no dia 26/12/1980, em Divinópolis, Minas Gerais. Filho de Heder de Melo Alvim e Maria Teófila Martins Alvim, o ala tem três irmãos, Daniel, Paulo e Ricardo, todos mais velhos. É casado com Andrezza Menezes Alvim, que não perdeu um jogo sequer do marido no Ginásio Vô Lucato.

Na infância a maioria dos garotos inicia no futebol, mas desde o começo o bom mineiro se dedicou ao basquete. Aos 8 anos de idade, iniciou no Clube Estrela d'Oeste, em Divinópolis, onde ficou por nove anos. Ele recebeu os primeiros ensinamentos dos professores Guilherme e do cubano Omar Garcia. Sua primeira posição foi de armador, talvez isso explique a facilidade que o jogador teve para conduzir as jogadas de ataque da Winner/Limeira. "Até os 15 anos eu era baixo e depois eu comecei a crescer. Foi por isso que mudei para ala", contou.


Seu primeiro clube de ponta foi o Ginástico de Minas. Mesmo com 17 anos e jogando um basquetebol de gente grande, Alvim foi tricampeão mineiro juvenil e várias vezes convocado para a seleção mineira. Ele chegou inclusive a ser indicado para a Seleção Brasileira Juvenil.

Curiosidade ou não, Fernando jogou ao lado do técnico Zanon. "Eu me espelhava muito nele. O Zanon sempre foi um jogador de decisão, um verdadeiro líder em quadra. Nossa amizade permanece forte e devo muito a ele. Se hoje eu posso ser lembrado para uma Seleção Brasileira, o professor tem uma grande parcela", frisou em uma entrevista publicada no caderno Painel Esportivo, da Gazeta de Limeira. Ele também defendeu o Minas Tênis Clube, onde foi vice mineiro e vice do Sul-Minas.

Fernando Alvim começou a ganhar projeção no basquete brasileiro após se transferir para o Londrina. "Fiz duas ótimas Ligas Nacional e melhorei meus fundamentos. Minha média foi de 14 pontos e 5 rebotes por partida", lembrou. O time paranaense terminou em quinto lugar na primeira edição e em nono na segunda.

O lateral conta que após o término da primeira liga, recebeu um telefonema do técnico Zanon que queria a sua imediata contratação por parte da Winner. "Fiquei contente com o convite, mas preferi continuar por mais uma temporada no clube paranaense. Acho que acertei em minha opção, pois fiz um ótimo campeonato", explicou.

Durante sua estadia em Londrina, Fernando foi convocado pelo técnico Marco Antônio Agga para a Seleção Brasileira de Novos para o Torneio Internacional de Pequim, na China. Ao lado dele estavam jogadores como Arthur, Hélio, Marcão, Davisson, William, Jorginho, Diego e Marcelinho Huertas. "Foi um momento mágico na minha carreira. Jogar em outro país representando o Brasil é uma sensação maravilhosa. Não fomos campeões, mas a experiência foi válida", destacou. Alvim teve a chance de enfrentar o gigante chinês Yiao Ming de 2m17, hoje no Houston Rockets da NBA.


Foi então que o técnico Zanon tornou a ligar para o jogador em 2004 e desta vez obteve êxito ao contratá-lo para o Campeonato Paulista. "Sabia que ele iria se adaptar o mais rápido possível. É um jogador útil para equipe e hoje peça fundamental do meu esquema", elogiava o treinador também em uma entrevista à Gazeta de Limeira.

O ala disputou os Paulistas de 2004, 2005 e 2006, a Liga Nacional de 2005 e a Nossa Liga de Basquete de 2006. Ele ajudou a Winner a conquistar o título da NLB, mas ficou de fora de cinco partidas em razão de uma hepatite que ganhou após um dos confrontos contra o Paysandu, em Belém, pela fase de classificação. Além de perder 5 kg, o jogador ficou um mês repousando em seu apartamento. "Não desejo isso nem para o meu pior inimigo", afirmou.

Recuperado, ele voltou na fase final e foi importante para a concretização de um dos sonhos do diretor/presidente Cássio Roque, ser campeão da 1ª Edição da NLB. "Qualquer título dá moral ao jogador, mas a Liga do Oscar tinha um sabor especial. Ficaremos para sempre na memória dos torcedores e principalmente da história da competição como os primeiros a ganhá-la", lembrou.

O jogador de 2m00 e 96 kg tem facilidade para conseguir o "double-double" nas partidas, ou seja, dois dígitos em dois critérios. Ele não cansava de elogiar a Winner e afirmava que se a filosofia fosse mantida, num futuro bem próximo a equipe poderia ser tornar um COC pelo número de títulos conquistados.