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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Guilherme Teichmann conquistou o ouro no Pan de 2007


A Seleção Brasileira de Basquete conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007. Entre os convocados do técnico Aluísio Ferreira, o "Lula", estava o versátil ala Guilherme Teichmann (13/09/1983), de 2m03 de altura e 100 kg. No momento de sua convocação ele vestia a camisa da Winner/Limeira no Campeonato Paulista da Série A-1.

O técnico Zanon e o diretor/presidente da equipe limeirense, Cássio Roque, sabiam que o jogador tinha grandes possibilidades de estar no grupo por seu potencial e ficaram felizes por terem um representante em uma competição tão importante como essa. Foi a primeira vez que um atleta da Winner conquistou a medalha de ouro na história dos Jogos Pan-Americanos.


Apesar de não ser considerado titular absoluto, Guilherme esteve no seleto grupo dos convocados, graças as suas excelentes atuações pela Winner. A disputa da medalha de ouro foi contra Porto Rico e o Brasil venceu por 86 a 65, encerrando a competição com 100% de aproveitamento, com 5 vitórias em 5 jogos.



Foi o terceiro título seguido da nossa seleção, que antes havia faturado o ouro em Winnipeg, no Canadá, em 1999 e em Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003.

Teichmann só não esteve no Torneio Pré-Olímpico de Las Vegas, nos Estados Unidos - competição que valia uma vaga para a Olimpíada de Pequim, na China - pelos retornos de Nenê, Leandrinho, Baby, Anderson Varejão, Thiago Spittler e Alex, astros da NBA que ficaram de fora do Pan.

Brilhou na Winner:

Até chegar ao Pan, Guilherme havia disputado 39 jogos pela Winner, tendo anotado 470 pontos, média de 12 pontos por partida. Seus recordes individuais em Limeira eram 26 pontos, 3 arremessos certeiros dos três pontos, 8 dos dois pontos e 6 lances livres. Também pegou 13 rebotes, deu 5 assistências, recuperou 5 bolas e deu 5 tocos.

O jogador foi lembrado por Lula Ferreira em 2006, quando defendia o Universo/Ajax de Goiás e treinou com o grupo que foi para o Campeonato Sul-Americano. Como vinha de uma contusão - fraturou algumas costelas no Torneio da Páscoa em Uberlândia - e de um mês longe das quadras, acabou cortado e ficou sem a medalha de ouro, trazida pela seleção após a vitória contra o Uruguai.


Lula sempre demonstrou um carinho todo especial pelo jogador e esteve no Ginásio Vô Lucato assistindo a partida entre Winner 91 x 96 Paulistano/Dix Amico, em janeiro de 2007 pelo Paulista. Seu objetivo era ver os alas Guilherme Teichmann e Jhonatan em ação e confirmar sua convocação.



Convocados:

Lula chamou 19 atletas para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, entre eles o pivô Nenê Hilário, do Denver Nuggets, que tinha manifestado o seu desejo de não atuar pela seleção por não estar em acordo com a situação política da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Outros quatro nomes da NBA foram chamados: os pivôs Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, e Rafael Baby, do Utah Jazz, o ala-armador Leandrinho, do Phoenix Suns, e o ala Marquinhos, do New Orleans Hornets.

Nas 15 edições do torneio masculino, o Brasil subiu 13 vezes ao pódio e, por cinco vezes os jogadores asseguraram a medalha de ouro: Cáli, na Colômbia (1971), Indianápolis, nos Estados Unidos (1987), Winnipeg, no Canadá (1999), Santo Domingo, na República Dominicana (2003) e Rio de Janeiro (2007).


Foram mais duas medalhas de prata e seis de bronze. “Nós jogadores temos a obrigação de fazer um bom papel nessas competições internacionais. Precisamos levantar o basquete, evitando que mais equipes fechem as suas portas. Uma medalha olímpica por exemplo, traria mais patrocinadores e investimentos para a modalidade, além de valorizar os próprios jogadores”, comentou Teichmann. “Desde a aposentadoria do Oscar Schmidt o basquete carece de um ídolo. Precisamos urgentemente de um”, lembrou.

Vida:

Guilherme Frantz Teichmann nasceu no dia 13/09/1983, em Concórdia, Santa Catarina. É filho de Hilton Teichmann e Vera Lúcia Frantz Teichmann, tendo apenas uma irmã, Tanara, formada em hotelaria. Guilherme fez de tudo na infância, mas seu forte era a natação, onde praticamente desenvolveu o seu corpo.

O basquete entrou em sua vida quando seus pais retornaram para Santa Cruz do Sul, considerada a capital do basquete do Rio Grande do Sul. “Tinha 11 anos quando entrei na escolinha do Corinthians. Meu primeiro professor foi o Sérgio Englof. Como ainda não tinha decidido a minha real posição, fui testado como ala, armador e pivô. Apenas a primeira eu descartei”, lembrou.

Foram quatro anos no time gaúcho até uma transferência para o Monte Líbano. Seu basquetebol começou a chamar a atenção e no mesmo ano, surgiu sua primeira convocação para a seleção brasileira cadete, que tinha no comando o técnico Márcio Andrade, um dos treinadores mais importantes na vida do jogador. Teichmann teve a oportunidade de disputar o Campeonato Sul-Americano do Chile em 1999, trazendo para o Brasil a medalha de prata após a derrota para a rival Argentina.

Mas o grande impulso na carreira estava por vir e Guilherme se transferiu para as categorias de base do Vasco da Gama, onde defendia o juvenil e treinava diariamente com os profissionais, que na época eram comandados pelo professor Hélio Rubens Garcia. “Cresci vendo craques como Helinho, Rogério, Demétrius e Vargas jogando e num piscar de olhos eu estava treinando com eles no Cruz de Malta. Foi uma experiência bastante agradável, que serviu de motivação para o meu crescimento na modalidade”, comentou. Nos dois anos em que o Vasco foi bicampeão da Liga Nacional, Guilherme fazia parte do elenco.


Teichmann entraria definitivamente na história da Winner ao fazer parte do elenco que conquistou o primeiro título paulista em 2008/2009, diante de Franca, no Pedrocão.