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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Telmo se emociona e chora ao comentar título paulista da Winner


Lágrimas nos olhos e muitos abraços de seus ex-companheiros de time. O reencontro do maior jogador de todos os tempos da Winner/Limeira com o atual elenco foi emocionante, no Vale do Paraíba, pela 3ª rodada do Novo Basquete Brasil. Vestindo a camisa de São José, o pivô Telmo pode sentir o quanto é respeitado e admirado pelos atletas.

Todos sabem da importância de Telmo para o basquete limeirense. Depois de Zanon e Cássio Roque, que plantaram a "sementinha" em 2001, o pivô aparece como principal nome da Winner nesses anos de vitoriosa história.

O "Deus da Raça" continua sendo o maior cestinha da equipe limeirense com 4.129 pontos em 303 jogos, média de 13,6 pontos por partida e dificilmente será alcançado por alguém.


Abraços e agradecimento

Telmo fez questão de abraçar e agradecer o ala Renato Lamas, que na final contra Franca, em pleno Ginásio Pedrocão, dedicou o título paulista ao ex-jogador da Winner, dispensado após a precoce eliminação da 1ª Supercopa de Basquete para o Conti/Assis. Telmo foi capitão da Winner por mais de quatro anos e após sua saída, a braçadeira foi herdada por Renato, que teve a honra de levantar o troféu mais cobiçado por todos.

Pingue Pongue com o Deus da Raça:

PE - Como você se sentiu vendo a Winner ser campeã paulista pela primeira vez sem você estar no elenco?

Telmo - Fiquei contente com a conquista, pois fiz parte de todo esse crescimento. Sei da luta do Cássio Roque e do próprio Zanon para que esse título fosse alcançado. Estou feliz e quero aproveitar para agradecer o capitão Renato, que ofereceu o título para mim. Foi um gesto nobre que me deixou bastante emocionado. Vi minha família toda contente com essa atitude.

PE - Você ficou surpreso com essa atitude do Renato em dedicar o título a você?

Telmo - Se disser que não estarei mentindo. Tinha saído da Winner após a Supercopa de Basquete e ser lembrado alguns meses depois e ainda por cima por aquele que levantou o tão sonhado troféu foi uma surpresa bastante agradável. Não sabia ao certo como o grupo tinha reagido após a minha saída e após essa homenagem, sei que deixei muitos amigos em Limeira. Só tenho que agradecer por esse reconhecimento.


PE - Tem muito jogador que passa a torcer contra uma equipe quando o mesmo é dispensado. Isso aconteceu com você?

Telmo - Não tem nada a ver. Estou bem calejado nessa minha vida dentro do basquete e acho que esse não é o melhor caminho. Fui muito bem tratado em Limeira e sou respeitado por todos na cidade. Fiz a minha história na Winner e infelizmente o meu ciclo chegou ao fim. Não gostaria que tivesse sido dessa forma, mas aconteceu. Ninguém sabe o dia de amanhã e quem sabe um dia eu volte. Hoje estou feliz em São José e espero ajudar a minha equipe a ficar entre as oito primeiras colocadas, garantindo vaga no playoff. Digo sempre, cabeça erguida e bola pra frente.

PE - Você se sente um campeão paulista também?

Telmo - Teoricamente sim, pois eu sempre briguei por essa conquista. Todos sabem que o maior sonho da minha vida era ser campeão paulista com a Winner. Batemos na trave em quatro oportunidades, uma na final contra o COC/Ribeirão Preto e três com eliminações seguidas nos play-offs para Paulistano duas vezes e Ulbra/São Bernardo uma vez. Eu confesso a você que não me considero um campeão paulista, até porque ficou aquele gostinho amargo das últimas desclassificações. Uma coisa é certa, eu gostaria muito de ter ficado na Winner e feito parte desse grupo campeão, mas infelizmente não foi possível.

PE - Analisando de fora, a Winner mereceu ser a campeã paulista?

Telmo - Desde quando esse elenco foi montado todos sabiam que o título ficaria com a Winner. A equipe já era competitiva com o Nezinho na armação e ficou ainda melhor com a vinda do Shamell, que por duas vezes no tirou em sua passagem pelo Paulistano. O grupo estava fechado e a união conta muito para o sucesso de uma equipe. No meu último ano de Winner a situação era inversa e o fator extra-quedra nos prejudicou demais. Tinha muito melindrismo e pouca ação. Esse ano não houve isso e todos pensavam da mesma forma, buscando sempre o melhor para a Winner. Aliado a tudo isso, o Nezinho mostrou muita qualidade e liderança perante ao grupo. Não tinha como dar zebra.

PE - Você teria espaço nesse time?

Telmo - Isso só quem poderia responder é o Zanon. Jogador quer estar sempre onde é bom e onde é bem quisto. Eu sempre fui assim em Limeira e gostaria de ter ficado, mas como te falei, infelizmente não foi possível. Agora é cabeça erguida e caminhar pra frente. Sinto em mim que tenho mais alguns anos de basquete e no momento quero pensar no meu futuro.

PE - Você voltará um dia para a Winner para encerrar a carreira?

Telmo - Gostaria muito, pois sei que sou o maior cestinha da história da equipe e o segundo que mais vestiu a camisa da Winner, atrás apenas do Jiovanni. Mas vai depender do Cássio Roque e do Zanon. Eu deixar a Winner de portas abertas e poderia voltar tranquilamente. Sei que a torcida tem um enorme carinho por mim e seria gratificante um dia retornar, ainda mais para encerrar a carreira. Só Deus sabe. Vou torcer.

PE - Você é emotivo e uma cena que chamou bastante a nossa atenção foi você chorando copiosamente em Sorocaba, após a derrota de sua equipe para a Winner por 99 a 89. O que aconteceu naquele momento?

Telmo - Foi uma mágoa e uma grande frustração pela minha saída de Limeira. Cenas começaram a aparecer em minha mente e passei a lembrar de como era feliz na Winner. Até quando joguei no 1º turno em Limeira ouvi aquela vinheda "nós somos da Winner/Limeira" com a minha voz. Tudo isso me emocionou e eu não consegui me conter. Aliado a tudo isso, todos nós de Sorocaba estávamos pressionados em razão dos maus resultados e corríamos o risco de perder o emprego. Aquela derrota também nos tirou do playoff, dando a vaga para o Conti/Assis. Naquele momento pensei também que teria que arrumar um outro time para jogar. Não foi fácil.

PE - Como você se sentiu ao jogar contra a Winner e ver faixas de agradecimento da torcida limeirense pelo que você fez pela equipe?

Telmo - Não tem preço. É sinal de que você fez o melhor. Me senti lisongeado pelos torcedores que até faixas colocaram pela cidade após minha saída. Teve torcedor que pagou a faixa do próprio bolso. Muitos até ameaçaram parar de assistir a Winner pela minha dispensa, mas eu aconselhei todos a continuarem prestigiando a equipe. Eu sou um caso a parte.

PE - Para fechar, sua mensagem aos torcedores?

Telmo - Que continuem apoiando a Winner, que fez um grande papel no último Campeonato Paulista. É o esporte que mais eleva o nome de Limeira na atualidade. Hoje em dia todo mundo quando se fala em Limeira, se fala em Winner. Não podemos também deixar de frisar que com o time formado na última temporada, a Winner é uma das grandes potências do basquete brasileiro, podendo crescer ainda mais. O que eu tenho a dizer é que continuem torcendo pela Winner como eu. Foi um título suado, batalhado e perseguido há cinco anos. Para fechar, quero mandar um beijo para minha deusa (Roberta) e para meu campeão (Leonardo) que sempre me apoiaram.

Nossa homenagem ao ídolo Shamell


Shamell Jermaine Stallworth nasceu no Alabama no dia 7 de Setembro de 1980, tem 1,94m e pesa 92 kg. Jogou por quatro temporadas a NCAA (principal Campeonato Universitário Norte-Americano) representando a San Francisco University.

No ano de 2004 Shamell chegou ao Brasil e ficou três meses em Araraquara disputando as quartas-de-finais do Paulista. No ano seguinte se transferiu para o Paulistano, onde logo em seu primeiro ano conquistou um vice-campeonato Paulista ao lado do ala Renato Lama.

Neste mesmo ano, Shamell foi escolhido para a Seleção do Campeonato Paulista, ao lado de Nezinho, Alex Garcia, Ricardo Probst e Murilo Becker.

No mês de agosto de 2007 Shamell transferiu-se para o Zadar KK da Croácia, onde disputou a Liga Nacional até junho de 2008. Ao final de seu contrato, Shamell acertou sua ida à China, para jogar pelo Zhejiang C.


Filhos de Shamell - loucos por basquete

Porém, o Campeonato durou apenas dois meses para o ala, pois por problemas de adaptação de sua família preferiu retornar ao Brasil, uma nação em que o mesmo declarou ser seu lar. Com isso, veio para a Winner, onde foi campeão paulista em 2008/2009. Até hoje o torcedor tem saudades desse grande ídolo.