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terça-feira, 7 de junho de 2011

Márcio Cavinatto: preparador físico da Winner desde o início


Uma comissão técnica fiel. Esse talvez possa ser um dos segredos da Winner/Limeira. Um dos escudeiros é o preparador físico Márcio Cavinatto, que trabalha na equipe desde o seu surgimento em 2001. Ele nasceu em Limeira no dia 01/04/1958 e é filho de Odécio Cavinatto e Vilma de Souza Cavinatto, tendo apenas um irmão, Paulo Cavinatto.

Márcio estudou de 1ª a 4ª série no Grupo Brasil e até a 8ª série no Trajano Camargo. O colegial foi feito em Campinas. Cavinatto conta que na infância sempre acompanhava seu pai nos jogos de futebol às quartas-feiras no Esporte Clube Estudantes.

"Na época só existia um campinho society naquela área. Meu tio Jaime também ia junto. Nem água tinha no local e éramos obrigados a levar de casa", contou.

O maior problema dos frequentadores da famosa "pelada" era achar alguém que jogasse no gol. Márcio tinha apenas 8 anos e começou a "quebrar o galho". Mal sabia ele que essa brincadeira lhe renderia uma profissão no futuro. O goleiro que mais se destacava era Cláudio, do Santos, fonte de inspiração para o limeirense.

Cavinatto começou a defender as categorias de base do Estudantes, comandadas pelo professor José Luís Mociaro.


"Meu pai também era goleiro, mas gostava de atuar na linha, como ponta-direita. Ele me incentivou a seguir carreira", frisou. O seu primeiro jogo oficial foi contra o Lemense, em Leme. "Vencemos por 4 a 0 e nem chuteira eu tinha. Calçava 35 e emprestei a do meu tio Jaime que era número 37. Me lembro que enchi a chuteira de algodão para jogar e deu certo", confidenciou.

O Estudantes entrou para a história do futebol limeirense ao ser o primeiro campeão dente-de-leite da cidade.

"Derrotamos a Internacional na final por 2 a 0 e conquistamos o título de forma invicta. Não sofri nenhum gol em todo campeonato. Foram mais de 800 minutos sem buscar a bola na rede. Virei um herói e até saí na Gazeta de Limeira", lembrou.

Pendurar as chuteiras

Mas um episódio triste quase o fez abandonar a carreira. Seu primeiro treinador foi morto pelo árbitro da partida entre Estudantes e Primavera. Cavinatto tinha apenas 12 anos e ficou assustado por muito tempo.

"O Zé Luís não parava de reclamar do árbitro, que tinha expulsado injustamente dois jogadores do nosso time. Os dois se encontraram no vestiário no fim da partida e o árbitro deu três tiros. Um deles quase acertou em mim e no Pedrinho do Gran, pois estávamos próximos, mas os outros dois foram fatais. Ainda tentei socorrê-lo, mas ele morreu nos meus braços", relatou emocionado.

Em 1972, Márcio foi para o Independente, convidado pelo técnico Manoel Batista. Foram três temporadas, disputando o juvenil e o amador. Em um empate sem gols contra a Refiunião, o limeirense fez misérias no gol e chamou a atenção do técnico Adaílton Ladeira, que o levou para o Guarani de Campinas.

"Fui campeão paulista juvenil em 1976 e só não permaneci no Bugre porque não consegui uma dispensa do Tiro de Guerra de Limeira", explicou.

Depois de uma rápida passagem pelo Velo Clube em 1977, Márcio Cavinatto foi atraído por uma proposta do Independente, que tinha como técnico o polêmico Bidon.

"Queria ficar perto da família", justificou.

O goleiro retornou ao Guarani em 1978, mas foi emprestado ao Galo para as disputas do Campeonato Paulista.

"Quase fomos rebaixados. Escapamos no fim, graças a vitória por 1 a 0 sobre o São José, gol do Luís Augusto. Naquele campeonato o professor Toninho Maldonado afastou todas as cobras do time e por isso passamos um aperto. Parece que toda Limeira torcia para a nossa permanência na divisão. Vi velas acesas, orações e o sofrimento dos torcedores. Todos ficaram comovidos com a possibilidade de cair", lembrou.

O Guarani foi campeão brasileiro em 1978 em cima do Palmeiras, mas Cavinatto não fez parte do elenco, apesar de ter o passe preso ao Bugre. Em 1979 o goleiro foi negociado com a Internacional de Limeira, graças ao interesse do presidente Richard Drago. O arqueiro permaneceu no Limeirão até 1982, mas o ditado "santo da casa não faz milagre" serviu de lição e ele teve poucas oportunidades. Em um empate sem gols contra a Ferroviária, foi escolhido o melhor em campo, mas nem isso adiantou. Os quatro anos seguintes de sua vida foram no União Barbarense.

No Basquete


Em 1986, com o término da faculdade de educação física, Cavinatto foi convidado pelos diretores de basquete Bacalhau e Tuca Soares a trabalhar na preparação do Nosso Clube, único representante da modalidade em nossa cidade. A competência demonstrada e os resultados foram tão satisfatórios, que ele dedicou 11 anos de sua vida ao time, ou seja, de 1986 a 1997.
Mas o futebol continuava no sangue do ex-goleiro, que conseguiu conciliar o trabalho no Nosso Clube e nas equipes do Independente em 1989, 90, 91 e 92 e no Mogi Mirim em 1994.


De 1996 a 2000, Márcio foi diretor de esportes na administração de Pedrinho Kuhl, atuando ao lado de Ademir Nogueira e do secretário Osmar Baccan, o "Tatão". Justamente quando deixou o cargo público, a Winner/Limeira surgiu e um novo convite foi feito, desta vez pelo diretor Cássio Roque e pelo técnico Zanon.

"Eu era diretor do Limeira Clube e a princípio foi feita uma parceria entre a Winner e o clube. Como eles estavam em processo de formação de uma comissão técnica, lembraram da minha passagem pelo Nosso Clube e decidiram me contratar. Graças a Deus estou até hoje na equipe e me sinto muito útil", frisou.

Cavinatto também é personal trainner. Uma de suas maiores alegrias foi acompanhar o filho Rodolfo Cavinatto conquistar o título de campeão paulista de tênis aos 12 anos de idade.

"Choro todas às vezes que lembro desse feito. Foi o maior orgulho da minha vida", completou.

O preparador tem vários sonhos, mas um deles é ver um dia a Winner disputando um Campeonato Sul-Americano, representando o nosso país.