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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cássio Roque: "Essa equipe merecia ser a campeã Paulista"


Um dos mais aliviados com a conquista inédita da Winner/Limeira no Campeonato Paulista de 2008/2009 era o diretor/presidente Cássio Roque. Prestes a comemorar o oitavo ano de existência da equipe, o empresário fez questão de ficar ao lado dos jogadores nos três dias em que a delegação ficou hospedada no Hotel Confort, em Franca. Sua atitude foi inclusive elogiada pelo capitão Nezinho.

"É difícil você encontrar no Brasil um presidente tão comprometido com uma equipe como o Cássio Roque é", destacou.

Cássio chorou copiosamente quando a Winner conquistou a vitória dramática no Pedrocão por 98 a 88, na prorrogação. Com a voz trêmula e bastante ofegante, o dirigente disse que o time fez por merecer a conquista e que não seria justo uma derrota por 3 a 1, após um vacilo em casa no primeiro duelo da série melhor-de-cinco.

"Contra números não há argumentos. Fomos os melhores no campeonato inteiro, terminando inclusive com a primeira colocação na fase de classificação. Fiz até uma comparação com Franca. De todos os critérios do basquete, em apenas um Franca era melhor do que a gente, que era nas bolas dos três pontos. Nosso time era bem superior em pontos, bolas de dois, lances livres, rebotes, assistências, bolas recuperadas e tocos. Como no basquete existe uma lógica, a Winner ficou com o título", comentou.

Foram 37 jogos, com 32 vitórias e apenas 5 derrotas, sendo duas para Franca, uma para o sofrível Guarujá, outra para o Paulista na prorrogação e uma para o Pinheiros, em casa, por 118 a 114.

Cássio Roque era o mais tenso de todos da delegação. Impaciente, acordava cedo, fazia exercícios físicos e tomava suco de laranja a todo instante. Em dado momento, reuniu os jogadores no salão do hotel e disse que os atletas não mereciam perder a final depois de tudo o que fizeram.

"Vocês chegaram até aqui com méritos. Vocês são os melhores. Dei todas as condições possíveis para que todos tivessem tranquilidade para pensar apenas em jogar basquete. Não podemos deixar escapar essa chance, mesmo aqui em Franca. Claro que Franca é a capital do basquete, mas nosso elenco é maior e melhor. Vamos jogar o que sabemos e esse título voltará para Limeira sem a necessidade de um quinto jogo. Confio em vocês e sei que montamos o melhor time de todos os tempos. Vamos vencer as duas partidas aqui", disse com lágrimas nos olhos ao mesmo tempo em que era aplaudido em pé por todos.

Cássio Roque também lembrou que o título começou a ser conquistado no primeiro dia que a equipe chegou em Franca. Pela manhã os jogadores foram hostilizados durante um treinamento no Pedrocão. Houve tentativa de agressão e xingamentos. Todos encararam como "normal" essa atitude, já que se tratava de uma final.

Bolo de aniversário para Nezinho


Para a surpresa do aniversariante Nezinho, a diretoria encomendou um bolo e seus companheiros entraram no refeitório cantando o tradicional "parabéns". O armador, que não tinha tido boas exibições nos dois primeiros jogos da final, ficou emocionado e disse que nunca ninguém tinha feito algo parecido em uma concentração. Como retribuição, anotou 31 pontos no jogo 3, acertando 8 bolas dos 3 pontos. No 4º jogo, foi cestinha e peça fundamental na conquista.

"Quando cheguei em Limeira eu disse que seria campeão. Promessa é dívida", disse sorrindo. E olha que Nezinho poderia ter feito a cesta do título a dois segundos do fim do tempo normal com um arremesso da linha dos 6m25. "Acho que não merecia tanto", brincou.

Nezinho foi especial

Aliás, Nezinho calou pela segunda vez o Pedrocão. Apenas duas equipes conseguiram títulos no "templo do basquete", Universo/Brasília e agora a Winner. Nas duas ocasiões lá estava o armador "infernizando" a vida dos francanos.

"Jogar no Pedrocão tem um sabor todo especial. Você só ganha um título na vida se vencer em Franca. Tivemos o privilégio de vencer duas vezes seguidas na casa deles, uma marca considerável e um recorde que dificilmente será batido", comentou.

Sobre a equipe, Cássio Roque disse que o título foi bom para todos, mas em especial para o técnico Zanon, seu amigo particular.

"Só eu sei o quanto Zanon trabalha, o quanto é dedicado. Sempre falei para vocês que se um dia eu tivesse que demití-lo, preferiria parar com o basquete. Espero que esse seja o primeiro de uma série de títulos. A gente precisava acabar com essa síndrome de eliminações precoces e seguidas. Conseguimos chegar na segunda final de Paulista e desta vez não deixamos escapar o caneco. Sou consciente que em times passados nós merecíamos apenas chegar em uma decisão, mas essa equipe merecia ganhar. A chegada do Shamell por exemplo, nos fortaleceu demais nos playoffs. Fizemos tudo certo e demos condições para que todos desempenhassem o melhor papel possível dentro de quadra. Estou orgulho de todos, até da nossa comissão técnica que é a maior do Brasil", salientou.