Além de estar no hall dos jogadores com mais de dois mil pontos pela Winner/Limeira, o gigante Paulão, de 2m11, detém outra marca que jamais será esquecida pelos torcedores da Winner/Limeira. Ele foi o primeiro jogador da equipe limeirense a ser convocado para a Seleção Brasileira de Basquete.
Sua convocação em 2003 foi merecida, pois o pivô foi o terceiro maior cestinha da equipe limeirense com 374 pontos em 32 jogos na Liga Nacional, permanecendo em quadra por 871 minutos no total. O técnico Aluísio Ferreira ficou impressionado com o potencial do jogador e decidiu levá-lo para uma fase de treinamentos do nosso selecionado. Paulão só não permaneceu no grupo em razão da pouca idade e por ainda estar adquirindo experiência.
Paulão era aquele típico jogador polivalente, conseguindo um excepcional aproveitamento dos 2 pontos, enterrando, bloqueando e pegando uma série de rebotes, tanto defensivos quanto ofensivos.
No dia 11/03/2006, a Winner derrotou o Guarujá por 113 a 76, no Vô Lucato, pela Nossa Liga de Basquete e foi nesta partida que o pivô conseguiu sua melhor marca, tendo marcado 27 pontos.
Mineiro, o gigante sempre foi de poucas palavras. Dificilmente você via o jogador brincando ou gozando de seus companheiros. "Ele sempre foi assim e acho que não vai mudar. O Paulão trabalha demais e não gosta de ficar conversando. Às vezes eu tenho até que dar uma chacoalhada para ele falar algo. É raro vê-lo sorrindo, mas eu sinto que ele está feliz por estar vestindo a camisa da Winner", comentava o preparador físico Márcio Cavinatto em uma de suas entrevistas.
"A sua dedicação é visível e a torcida sabe disso. Ele foi pouco aproveitado pelos seus ex-treinadores, mas comigo é diferente. Tento extrair o máximo dele em uma partida. O Paulão tem potencial e está em ótima fase. Por ele ser jovem e ter 2m11, a Seleção Brasileira tem que estar em sua cabeça o tempo todo", comentava o técnico Zanon, responsável pela vinda do atleta em duas ocasiões para Limeira.
Vida de Paulão
Paulo Fernando Moreira de Castro nasceu no dia 07/06/1979 em Carmo de Minas, Minas Gerais. Filho de Joaquim Paulo Rodrigues de Castro e Marilene Moreira de Castro, o pivô tem apenas uma irmã, Rosana. Ele contou que na infância era sempre o mais alto da turma e que sentava a maioria das vezes no fundo da sala de aula para não atrapalhar seus colegas.
"Ser grande era um barato na infância, mas depois começaram as dificuldades, como tomar banho, dormir e dirigir, além é claro, de chamar a atenção nas ruas. Não é fácil", brincou.
Depois de treinar basquete na escolinha da prefeitura de Carmo de Minas, Paulão foi convidado para jogar na vizinha cidade de São Lourenço, onde começou a ganhar ritmo de competição. Foram quatro anos no time mineiro e o título de campeão regional. Assustado com sua estatura e com o potencial do atleta de apenas 18 anos na época, a diretoria do Ginástico de Minas Gerais fez um convite para tê-lo no Campeonato Mineiro.
Foram dois anos defendendo as categorias juvenil e adulto. Foi nesse período que Paulão conheceu Zanon, seu companheiro de time. "Ele estava na ativa e disputou alguns jogos pelo Ginástico. Nossa amizade e meu respeito por ele começaram ali", lembrou.
O pivô sentiu que realmente vingaria na modalidade quando se transferiu para o Uberlândia, um dos times mais fortes do Brasil. "Foram três anos e meio no clube, que me renderam uma convocação para a Seleção Brasileira em 2001", frisou. Paulão esteve no grupo que representou o Brasil no Good Games, na Austrália, ao lado de Rogério Klafke, Sandro Varejão, Helinho, Luizão, Nenê, Estevam, entre outros. Nossa seleção ganhou a medalha de bronze, que até hoje está guardada com muito carinho pelo atleta.
Quando seu contrato chegou ao fim com o Uberlândia, Paulão recebeu um telefonema de Zanon, o convidando para a disputa do Campeonato Paulista de 2002, uma vez que a Winner tinha acabado de garantir o acesso. "Aceitei porque achava que o Estado de São Paulo tinha um nível de competição mais forte. É uma vitrine para todos nós. Ter parentes aqui também foi outro fator que me trouxe para cá", contou.
Em seu primeiro campeonato oficial pela equipe limeirense, Paulão esteve em quadra nos 33 jogos, tendo marcado 441 pontos, ficando atrás apenas de Charles com 516. Naquela ocasião, a Winner foi eliminada nas quartas-de-final pela Uniara/Araraquara, mas garantiu sua classificação para a Liga Nacional da CBB.
No Brasileiro, Paulão ficou atrás apenas dos laterais Wilmar Rensi com 556 e Charles com 416 pontos, ganhando de presente a convocação citada acima.
Com um poder ofensivo acima do normal, o mineiro precisou deixar Limeira, atraído por uma proposta financeira irrecusável de Campos, no Rio de Janeiro, cujo técnico era Guerrinha. O que o jogador não esperava era que o seu contrato não fosse cumprido até o fim. "De uma hora para outra a diretoria de Campos decidiu encerrar as atividades por falta de verba. Ainda tinha 6 meses de contrato e fiquei sem receber esse tempo. Mas são coisas que infelizmente acontecem nesta profissão", confidenciou.
Mais uma vez atendo as notícias do basquete brasileiro, Zanon rapidamente ligou para o pivô tentando a sua volta e conseguiu.
Futuro:
Paulão faria parte dos elenco que conquistou a tríplice coroa em 2006, ou seja, as medalhas de ouro nos Jogos Regionais de Bragança Paulista e nos Jogos Abertos de São Bernardo do Campo, além do título da Nossa Liga de Basquete. Em seguida precisou operar o pé em razão de uma lesão chamada "esporão de calcanho", ficando de fora de algumas partidas.
Vale lembrar que o pivô ultrapassou a marca dos 2.000 pontos pela Winner no dia 01/11/2007, na vitória limeirense em São João da Boa Vista, pelo Campeonato Paulista de Basquete da Série A-1, por 94 a 88. Naquela ocasião, o jogador anotou 13 pontos, chegando na marca de 2.012 em 215 jogos, média de 9,35 por partida.
*** Obrigado Paulão pelos serviços prestados ao nosso time
Nenhum comentário:
Postar um comentário