Páginas

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Wilson Rosado, o dono das mãos mágicas



“O homem das mãos mágicas”. É assim que o massagista Wilson Rosado, é conhecido no Brasil e até mesmo pelo mundo afora. Na profissão há 30 anos, ele coleciona histórias e amizades com os mais renomados atletas nacionais e internacionais.

Rosado, que nasceu em Birigui (interior de São Paulo) e viveu 53 anos na Capital, hoje é contratado do time de basquete da Winner e há cinco anos adotou Limeira como sua cidade.

“Fui muito bem recebido. Gosto daqui. Também trabalhei durante dois anos com o time do Galo”, fala. Há três anos, o profissional é convidado pela Prefeitura de Limeira para acompanhar os atletas no Jogos Regionais e Abertos.

Dentre tantas passagens por times de futebol do Brasil e do mundo (ele já trabalhou com as seleções master do Chile, Peru e Paraguai), o massagista conta que um dos seus primeiros trabalhos foi no São Paulo Futebol Clube (aliás, seu time do coração), onde trabalhou de 1980 a 1996. “Época em que o goleiro Rogério Ceni fazia parte da categoria juniores”, lembra. E mais. No São Paulo, Rosado teve a oportunidade de trabalhar com o técnico Telê Santana e com o time considerado, na época, “Os Menudos do Morumbi”.

O massagista coleciona algumas histórias. “O Müller, atacante do São Paulo na época, era o que mais dormia. Os treinos eram sempre às 15h e no clube a disciplina é muito rígida. Todas as vezes, o Müller não conseguia acordar e era eu quem chamava-o. Por diversas vezes, ele quase foi mandado embora. Sorte que eu lembrava e ia acordá-lo”, relembra.

De 1996 a 2003, o massagista - que também é técnico em acupuntura e radiologia - trabalhou no Palmeiras com os técnicos Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo. “Um clube muito bom, porém, o São Paulo tem mais estrutura para trabalhar. Está sempre à frente de tudo”, diz.

Em 2000, Rosado passou um ano em Dubai trabalhando para um time de futebol. “Foi uma experiência maravilhosa. Viajei para 25 países trabalhando. A cidade que mais gostei foi Moscou, capital da Rússia. A arquitetura de lá é incrível”, fala.

SELEÇÃO

De todos os trabalhos, ele destaca o que fez com a Seleção Brasileira de Master pelo período de 12 anos. “Tive a oportunidade de trabalhar com o Luciano do Valle, Zico, Casagrande, Rivelino, Éder, Edu, Luís Pereira, Roberto Dinamite, Paulo Izidoro, entre outros nomes do futebol. Também trabalhei com a Seleção Brasileira de Basquete. Durante 70 dias viajei pela Argentina, Uruguai, Espanha e Itália. Isso em 1990.”

Com a equipe Brasileira de Master, o massagista lembra de um episódio que aconteceu em Minas Gerais. “O Rivelino sempre foi apaixonado por gaiolas de passarinho. Em Minas, ele ganhou uma no estilo colonial e pediu para que eu trouxesse para São Paulo. No ônibus, caí em cima dela e quebrei. Ele ficou muito bravo. Resolvi consertar e ele ficou mais bravo ainda, achando que eu paguei pelo conserto. Mas, na verdade, como foi um amigo meu que fez, saiu de graça. Acho que ele não sabe disso até hoje”, comenta.

Rosado também conquistou o título de campeão da Copa Pelé em quatro anos. “Três vezes trabalhando com o Brasil, nos anos de 89, 91 e 95, e uma vez com o time da Argentina, em 1987″, lembra.

Segundo ele, os jogadores de futebol são divertidos. “Na minha opinião, o Edu, do Santos, é o mais simpático, brincalhão e educado”, fala. Querido entre os atletas, Rosado coleciona publicações nacionais e internacionais. É que desde 1963 ele é alvo de notícias. Ele guarda com carinho até hoje os jornais com suas reportagens.

ARTISTAS

Rosado relata ainda que foi massagista dos músicos Samuel e Sérgio, dos Mamonas Assassinas. “Eles eram bacanas. Várias vezes os atendi antes dos shows. Quando eles morreram, passei a tarde toda no IML (Instituto Médico Legal) esperando por notícias e dando apoio aos familiares e amigos”, conta. Além dos Mamonas Assassinas, o profissional já viajou com o cantor Fagner e o humorista Tom Cavalcanti.

Em 1994, na regravação da novela global “Irmãos Coragem”, ele atendeu os atores Marcos Winter e Cosmo dos Santos, no Morumbi. “Eles estavam machucados. Para que pudessem gravar, fiquei atendendo até as 3h da manhã”, relembra.

De acordo com o massagista, ele teve a chance de trabalhar com os melhores jogadores do Brasil e do mundo, além de alguns artistas. “Sou feliz e realizado na minha profissão. Só tive momentos alegres. Enquanto eu puder trabalhar, vou continuar.”

Autora: Paula Martins

Nenhum comentário:

Postar um comentário